A solidão que me descasca
Somos quem nunca pensamos em ser
Ele é a canção
Que eu nunca pude escrever
Uma flor ao nascer
Eu não vim te machucar
Mas não posso ficar
A liberdade se agarra
Ela cria marcas
No fim ilusões de pescador
O verde se perde
Como a seca no agreste
Eu não tenho mais voz a dizer
Me deixa ficar
Me deixa correr
Eu mudo de tom assim que vejo você
Tão leve quanto ar
Mas do ar se vem a tempestade
Ele era tão de lã
Quanto era de aço
Te mostra
A verdade é filha do teu temor
A caligrafia de quem já amou
É um tanto quanto mais borrada
Você deve, você deve saber
Se vira e mexe, a vida cresce
Te enche de prece progresse
Vestindo-se luz, calçando raízes
Enquanto a noite me diz
Vá embora
Eu fico e tranco a porta
Vou te viver em tons de rosas
A vida é ser vida
E não cabe em globos de neve
Amarga vida sem blues
Me procurei, me encontrei
Mas no fim eu não sei
Eu não sei, aonde estou
Te mostra
A verdade é filha do meu temor
A caligrafia de quem já amou
É um tanto quanto mais borrada
Eu sei, eu bem sei
Meu bem